quinta-feira, 11 de julho de 2013

O perigo do cigarro começa dentro de casa

Simone da Silva fuma há 23 anos e não parou nem quando estava grávida do filho Kauã, 8 anos. / Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Simone da Silva fuma há 23 anos e não parou nem quando estava grávida do filho Kauã, 8 anos.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Simone da Silva, 37 anos, se recusou a mostrar o rosto na fotografia por vergonha de não conseguir lutar contra a dependência da nicotina. Ela fuma desde os 14 anos e não conseguiu parar nem quando engravidou de Kauã, hoje com 8 anos. O garoto, filho de fumantes, insiste para os pais abandonarem o vício, mas o pedido ainda não surtiu efeito.
O menino representa uma das 700 milhões de crianças do mundo que estão expostas à fumaça do cigarro dentro de casa. Nesta sexta-feira (31), Dia Internacional de Combate ao Tabagismo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) concentrará esforços para conscientizar pais e mães sobre os malefícios que as tragadas podem acarretar na saúde dos rebentos.
Segundo a coordenadora da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Regional Pernambuco, Fátima Buarque, as crianças são as maiores vítimas do fumo passivo. “A principal manifestação são as doenças alérgicas, como tosse, faringite e problema respiratórios”, explica a cardiologista, do Departamento de Cardiologia para Comunidade da SBC.
As crianças inalam as substâncias tóxicas expelidas pela fumaça do cigarro e não pela nicotina. Além das complicações de saúde, a cardiologista destaca que o cigarro afeta psicologicamente os pequenos. “Se o adulto fuma na frente dos filhos, eles vão aceitar a atitude como se fosse um hábito correto”, explica.
Simone explica que buscou alternativas para cessar as tragadas, mas não teve êxito. “Kauã pede para a gente parar de fumar, porque não gosta do cheiro da fumaça, mas é difícil porque fumo há mais de 20 anos”, conta a gesseira, que consome duas carteiras de cigarro por dia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o tabagismo como doença e o considera a principal causa de morte evitável do mundo. Na capital pernambucana, o número de fumantes vem diminuindo gradualmente. Em 1989, 34,8% dos brasileiros eram fumantes. Atualmente, Recife conta com 12,3% da população composta por fumantes, número abaixo da média nacional, que é 14,8%.